Assumiu a 'Liderança Centenária' da ATE na Argentina




Nesta segunda-feira (06/11), trabalhadores estatais de todas as províncias argentinas lotaram a cerimônia de posse do novo secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), Rodolfo Aguiar, e da secretária-geral adjunta, Mercedes Cabezas, que representa um marco histórico na organização por ser a primeira mulher a assumir esse cargo na liderança nacional do sindicato.  Uma delegação de líderes da CLATE do Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai participou deste evento histórico. 





O evento aconteceu na Subsecretaria de Hidrovias Navegáveis, localizada na Ilha Demarchi, ao sul da Cidade de Buenos Aires. É um lugar mítico para o estado porque o sindicato realizou ali as suas primeiras assembleias em 1925.

 

João Domingos Gomes dos Santos CSPB / CLATE entrega placa em homenagem aos empossados


A chamada neste dia especial incluiu líderes históricos da ATE e da CTA Autónoma, representantes de outros sindicatos e movimentos sociais de todas as províncias e internacionalmente. Os binómios de todas as lideranças provinciais e a representação do centro de reformados também prestaram assistência.


Assista ao vídeo da cerimônia:






A delegação da CLATE que participou no dia foi liderada pelo presidente da Confederação, Julio Fuentes, que também faz parte da nova liderança da ATE.

O dirigente lembrou a importância das instalações do porto de Buenos Aires, onde a união começou há cem anos: “Chegar ao local de origem nos dará o rumo nesta nova direção nacional da ATE que terá uma perspectiva federal, e como disse a nossa secretária-geral, que o sindicato tem um rumo na perspectiva das mulheres.” Aliás, referiu-se ao facto de “Pela primeira vez, 50% dos cargos de gestão são colegas do sexo feminino, então sem dúvida isto fará uma união melhor. Não apenas maior, mas melhor.”





Também estiveram presentes: representando a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Domingos Gomes dos Santos e Sergio Arnoud; o chefe do Sindicato dos Trabalhadores do Estado e Servidores Públicos da Colômbia (UTRADEC) e da CGT da Colômbia, Percy Oyola; da Confederação de Organizações de Funcionários do Estado (COFE) do Uruguai, Martín Pereyra; do Grupo Nacional de Funcionários Fiscais (ANEF) do Chile, seu chefe José Pérez Debelli; da Confederação Nacional de Funcionários Municipais do Chile (ASEMUCH), seu presidente Juan Camilo Bustamante; pela Federação Judiciária Argentina (FJA), seu Secretário-Geral Matías Fachal; do Sindicato do Pessoal Hierárquico do Banco da Província de Buenos Aires (UPJ), Guillermo Lugones; da Associação Pessoal Hierárquica de Bancos Oficiais (APJBO), Arturo Quiñoa; Federico Dávila da Internacional de Serviços Públicos (PSI); Víctor De Gennaro, ex-presidente da CLATE e líder da ATE; e Carlos Custer, presidente do Conselho Consultivo Político da CLATE. Juan Martín Guevara, irmão de Che, também esteve presente com a delegação da CLATE.

João Domingos Gomes dos Santos (CSPB) entregou uma placa em nome da CLATE e felicitou a nova liderança da ATE. “Quero levar à Associação dos Trabalhadores do Estado uma mensagem de esperança e fé do Brasil e em nome do sindicalismo global. Esta administração que celebra o Centenário da ATE tem uma grande responsabilidade, especialmente neste momento decisivo, em que a nossa região da América Latina e do Caribe enfrenta tantas turbulências, onde a democracia e o Estado social e democrático de direito estão em perigo. Então, neste momento, o sindicato é extremamente importante porque tem que ser uma barreira entre os trabalhadores e a miséria social.”

No seu discurso de posse, o novo secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar, afirmou: “Precisamos ser meio milhão de associados quando o nosso sindicato comemorar o seu primeiro centenário de vida. Isto é mais poder para acabar com os salários da fome e acabar com a insegurança no emprego no Estado.”

“Hoje começa um novo tempo na ATE. A gestão do centenário começa a dar os primeiros passos e vale a pena perguntar-nos o que esperam daqueles mais de 340 mil membros do Estado que no dia 9 de agosto confiaram em nós para guiar os destinos do sindicato nos próximos quatro anos. nós. Sem dúvida, esperam que ao conduzir não esqueçamos de onde viemos e tenhamos sempre presente que somos herdeiros da nossa história, herdeiros daqueles anarco-sindicalistas que nos deram a vida em 1925 e também daquela geração maravilhosa que enfrentou os soldados no que há de pior na ditadura militar genocida. É nessa história que vamos nos esforçar para navegar nos próximos tempos”, disse o dirigente do município de Ingeniero Huergo, na província de Río Negro.

Sobre a liderança dos trabalhadores, Aguiar destacou: “Precisamos voltar a dar nome e sobrenome a tantos esforços anônimos que são feitos em todo o país, porque o poder da ATE não está no seu patrimônio, o poder da ATE está no seu povo, e esse país é aquele que devemos procurar. Nestes quatro anos vamos representar as calças gastas de Patrícia que pediu para falar na última assembleia do município de El Tala em Salta; Vamos representar aquele sorriso branco que se desenhou atrás do rosto fuliginoso no fundo do poço da mina Río Turbio; e vamos representar todas as mãos enrugadas dos aposentados que nos abraçaram em cada uma das províncias. Nos próximos tempos teremos que representar uma liderança profundamente federal.”

O novo secretário-geral propôs acabar com a precariedade no Estado como um dos principais objectivos para os próximos tempos. Actualmente existem mais de 3,5 milhões de funcionários públicos, dos quais 60% recebem rendimentos abaixo do limiar da pobreza, que actualmente é de 319.422 dólares.“Embora tenhamos certeza de que os funcionários do Estado nunca poderiam votar em alguém que propõe que o Estado é um criminoso e organização violenta, ou que ataca o caráter gratuito e público da educação e da saúde, decidimos convocar para esta quarta-feira a primeira reunião da nova direção para construirmos a nossa posição para a segunda volta das presidenciais”, anunciou o motorista da ATE.

A nova secretária-geral adjunta, Mercedes Cabezas, afirmou: “Temos o enorme desafio de reconstruir e conquistar pela última vez a identidade dos trabalhadores do Estado. Não pode ser que a cada determinado período comecemos a ser questionados se somos nhoques do Estado, se fazemos isto ou aquilo, quando somos nós que materializamos as políticas públicas. E para que isso seja possível precisamos acabar com os anos 90 de uma vez por todas. Vamos acabar com a precariedade laboral em cada um dos 2.200 municípios, em cada uma das províncias e em cada sector do Estado Nacional: Que não fique um só trabalhador precário!

Cabezas também enfatizou a necessidade de promover um Acordo Coletivo de Trabalho em cada uma das jurisdições. “Precisamos de joint ventures livres e sem teto, mas também precisamos começar a perceber e continuar a construir que a ATE é mais que um sindicato e que, por isso, como disse Germán Abdala, devemos discutir o papel do Estado, devemos vamos pelas nossas empresas produtivas, devemos ir pelas nossas empresas reguladoras, e devemos valorizar o facto de que é com mais Estado que podemos sair da crise”, expressou.

Com a participação ativa dos aposentados, a reeleita Presidente do Centro Nacional de Aposentados e Pensionistas da ATE Nacional, Noelia Guzmán, afirmou diante da multidão: “Chegamos aqui lutando unidos, ativos e aposentados, e vamos continuem assim, colegas, reforçando a solidariedade intergeracional e exigindo a participação activa em todas as áreas onde se discutem questões de segurança social. Os problemas dos adultos são discutidos por adultos, colegas: Consolidação de gratificações em bens de aposentadoria, aposentadoria mínima igual à cesta básica dos idosos. Exigimos também a revogação da lei de reparação histórica, em particular a harmonização dos fundos provinciais e a revogação do PUAM. “Promoveremos a participação ativa de todos os trabalhadores aposentados nas áreas de discussão política”.




Fonte: Confederação Latino-Americana e do Caribe de Trabalhadores Estatais - CLATE
 


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