CLATE: 20 de novembro - Brasil comemora o Dia da Consciência Negra

21/11/2022 | 07:49



Neste domingo, 20 de novembro, foi comemorado no Brasil o Dia da Consciência Negra, em homenagem ao líder antiescravagista Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra naquele país. O secretário de Relações com os Povos Afrodescendentes da CLATE, João Paulo Ribeiro, falou sobre o significado desta data para o povo brasileiro e pediu ações conjuntas contra o racismo em toda a região.






O Dia da Consciência Negra é comemorado oficialmente no Brasil desde 2011, quando foi instituído por lei nacional. No entanto, desde 1971, os coletivos negros no Brasil adotaram o dia 20 de novembro como um aniversário para tornar visível a luta de seus antepassados ​​e se mobilizar pelos direitos da população afrodescendente. 

A data faz referência à morte de Zumbi, último líder do Quilombo de Palmares , território de resistência habitado por escravos fugidos das plantações coloniais, localizado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, no Nordeste do Brasil.

“Por mais de 15 anos, Zumbi liderou o heroico Quilombo de Palmares, que reuniu 30 mil escravos negros foragidos. Foi assassinado em 20 de novembro de 1695 numa emboscada”, explicou João Paulo Ribeiro, diretor de Relações Institucionais da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e secretário de Relações com os Povos Afrodescendentes da CLATE. 

“A luta de Zumbi é uma inspiração para todos nós. É um símbolo de resistência contra a opressão e uma referência na defesa da história e da cultura africana”, acrescentou.

“A luta deles nos lembra que a população negra deve ser incluída em todos os âmbitos da sociedade , garantindo sua devida representação e promovendo a igualdade racial”, continuou o dirigente. 

 
João Paulo Ribeiro, dirigente da CSPB e secretário de Relações com os Povos Afrodescendentes da CLATE.


“Precisamos denunciar as políticas de genocídio e prisões em massa de negros, assim como exigir políticas mais afirmativas , como as cotas raciais. Precisamos de mais negros na faculdade, em empregos de qualidade e no escritório. Não seremos uma nação efetivamente livre, desenvolvida e soberana, enquanto houver racismo ”, disse Ribeiro.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros representam 56% da população brasileira: 112 milhões de brasileiros e brasileiras se declaram pretos ou pardos . “Para se ter uma ideia do que significa esse número, apenas um país africano, a Nigéria, tem mais habitantes negros do que o Brasil”, afirmou o dirigente da CSPB.

Porém, no Brasil a população negra é sub-representada nas universidades, no mercado de trabalho e na política. No final de 2020, por exemplo, a taxa geral de desemprego no Brasil era de 13,9% , mas entre os pardos era de 15,8% e entre os negros era de 17,2%. 

Segundo pesquisadores do Instituto Insper , o salário de um homem branco é, em média, 159% maior do que o de uma mulher negra. “ Isso mostra que preconceitos arraigados, como racismo e machismo, andam de mãos dadas ”, disse Ribeiro.





O líder explicou ainda que os resultados do último censo mostram que essa situação se agravou com o governo de Jair Bolsonaro . “O racismo é um problema histórico e estrutural no Brasil. Mas, sem dúvida, as políticas neoliberais e antipopulares de Jair Bolsonaro agravaram as desigualdades”, afirmou.

Nesse sentido, Ribeiro destacou que este 20 de novembro “não será um dia de festa, mas de muita reflexão e luta”. E acrescentou que “as centrais e demais entidades sindicais abraçam as reivindicações do Dia da Consciência Negra e renovam a luta para derrubar Bolsonaro nas ruas, como fizemos nas urnas”.





América Latina e Caribe


João Paulo Ribeiro destacou que, neste contexto, a CLATE tem um papel fundamental e defendeu a necessidade de promover, a partir da Secretaria de Relações com os Povos Afrodescendentes da Confederação, um levantamento para conhecer as ações que as organizações filiadas estão realizando , não só no combate ao racismo, mas também ao gênero, à diversidade e aos povos originários, e a partir daí desenvolver uma política de atuação conjunta.

“Dado o avanço do fascismo e da xenofobia, temos que construir a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras . Neste 20 de novembro, vamos às ruas. Viva Zumba ! Fora fascistas e racistas do Brasil e da América Latina!”, concluiu.

Por sua vez, o presidente da CLATE, Julio Fuentes , destacou a importância desta data histórica para o povo brasileiro e afirmou: «A luta contra o racismo deve ser uma prioridade na vida dos sindicatos. A consciência dos trabalhadores e trabalhadoras deve erradicar o pensamento racista de nossa classe.



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Fonte: Confederação Latino-Americana e do Caribe de Trabalhadores Estatais – CLATE
 
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